quinta-feira, 15 de março de 2007

Peter Pan


Era uma vez…
Um menino chamado Peter Pan que vivia feliz no mundo dos sonhos, lutando sempre contra o malvado capitão gancho que queria roubar os sonhos de todas as crianças do mundo real.
Um outro menino chamado Zé vivia feliz no mundo real, até que um dia ficou gravemente doente entrando num sono profundo a que chamam “coma”, que lhe permitiu voar até ao Mundo dos Sonhos. Aí se fez amigo de todas as crianças que o consolaram e lhe ensinaram a voar. Tornou-se amigo inseparável do Peter Pan e divertiu-se imenso durante o tempo que aí passou.
O capitão Gancho para atingir o coração do seu inimigo resolveu roubar os sonhos a este menino e ele voltou ao mundo real. O Peter Pan não se conformando com a perda procurou uma possível solução e penetrou no mundo vazio (mundo entre o dos sonhos e o real) tentando encontrar o seu amigo. O malvado Capitão Gancho fez com que o Peter Pan se perdesse nesse mundo vazio e apoderou-se do mundo dos sonhos. A partir daí as crianças não perderam os sonhos, mas os sonhos perderam o encanto e a magia que dava esperança aos, mais tarde, adultos (tornaram-se pesadelos).
O Peter Pan continuou à espera que alguém que conhecesse o caminho (entre o mundo real e o mundo dos sonhos) o ajudasse. Só o Zé o poderia ajudar, como está fácil de concluir.
Foi então que os amigos do Peter Pan se reuniram e enviaram a fada Sininho ao mundo real à procura do Zé.
A Sininho entrou no mundo real através de uma menina de nome Suri que dormia muito, pois não gostava do mundo real (a Sininho concordava com ela porque aqui não havia magia!).
A Sininho ficou escondida no inconsciente desta menina para encontrar o Zé. Levou muitos anos até o encontrar (O Peter Pan do mundo real como ela gostava de lhe chamar), já com 19 anos. Foi difícil de o reconhecer, ele já não era aquela criança que outrora brincava ao faz-de-conta, era um lindo, enorme e sensível jovem. Quando ela viu o seu sorriso suspeitou logo mas só teve a certeza quando o ouviu a chorar (este menino tinha chegado ao país dos sonhos a chorar e saído dele a sorrir!).
A Sininho ficou tão contente que nunca mais se queria separar do Zé, mas aí lembrou-se de duas coisas que a entristeceram: como ele tinha passado pelo mundo vazio tinha-se esquecido de tudo o que viveu no mundo dos sonhos, e agora que já era adulto (a Sininho achava feio este nome e seus representantes) não acreditaria nela e ainda, o pior que de tudo: ele nunca poderia salvar o Peter Pan porque, além de já não se lembrar dele, só as crianças podem entrar no mundo dos sonhos.
A Sininho ficou desolada mas não desistiu de arranjar forma de salvar o Peter Pan (o do mundo dos sonhos – do mundo vazio e o do mundo real – da adultez).
Pensou em usar a sua magia para que a Suri se apaixonasse pelo Zé e ele por ela, mas a sua magia só funciona no mundo dos sonhos. Pensou muito e durante muito tempo até que conseguiu conceber um plano. Para o concretizar pediu ajuda à rainha das fadas, que lhe prometeu pedir ajuda ao Cupido, que por sua vez lhe prometeu pedir ajuda aos respectivos anjos da guarda. Foi uma boa “cilada” para que ambos se apaixonassem. A Sininho comandava os sonhos da Suri para o Zé, apenas ajudando-a a convencer-se de que, desde que se conheceram, havia ficado apaixonada e se resolvesse a “lutar” por ele. Esperava que a “rede burocrática de inter-ajuda” até ao Zé actuasse. Finalmente a rede funcionou e o Zé correspondeu.
Ambos se apaixonaram e são MUITO FELIZES.


E perguntam vocês (e com razão): “Mas para quê tudo isto se o Zé já não pode ir ao mundo dos sonhos e o Peter Pan continua perdido?”.
Pois é… a verdade é que tudo isto faz parte de um plano da Sininho: (o mais fantástico de toda a sua vida de fada!) casar a Suri com o Zé …e muitos carinhos e beijinhos depois: virão os filhos. O Zé lhes falará das histórias da sua infância, nomeadamente da história do Peter Pan (de quem ele gosta muito, mesmo sem saber explicar porquê). As suas crianças vão acreditar na Sininho, e guiados por ela vão salvar o Peter Pan.

A Sininho no mundo real aprendeu que o tempo aqui é diferente do de lá e como tal aprendeu a esperar… mas descobriu que aqui também existe magia, que é tão bela e poderosa como a sua – é um enorme sentimento que se chama AMOR!!!

p.s. História escrita para o meu Peter Pan em 18 de Outubro de 2002. Os nomes dos meninos eram os nossos e foram substituídos por pseudónimos.

Sem comentários: