Sinais dos tempos

"Sentados ao mesmo balcão de trabalho estavam dois médicos ainda jovens cada um com o seu computador embrenhados na máquina, um alto, loiro, bonito, atlético, simpático, com um neurónio; outro baixo, gordo, feio, MCDonald, com mais alguns neurónios.
As duas classes de médicos emergentes os atléticos e os marrões.
Os atléticos gozaram a vida e sabem viver e na altura de entrar na faculdade entraram com o estatuto de desportista e lá foram eles todos pimpões para medicina. Ganham em simpatia para com os doentes, perdem por deixarem dever alguma coisa à inteligência.
Os marrões ou nurdes não gozaram a vida e não sabem o que é viver, viveram e comeram livros uma vida inteira em nome de uma obsessão paterna inclutida nas suas pobres cabecinhas - Medicina. Ganham em saberem mais umas coisas que os anteriores mas perdem em apresentação pessoal, em empatia e em relações humanas que, como isso não vem nos livros de medicina, desconhecem."

Venha o diabo e escolha entre os simpáticos burros ou os minimamente inteligentes mas estúpidos. Os doentes esses que não avaliam competências e só querem ser tratados com carinho escolhem os atléticos e lá vão dizendo "Ai Sr. Doutor se eu fosse mais nova fosse não me escapava, mas tenho uma linda netinha para lhe apresentar se quiser". Os nurdes esses olham e invejam e na impossibilidade emocional de fazer o mesmo que os outros fazem enterram-se ainda mais com a cabeça nos livros para passar à frente daqueles betinhos que nunca deveriam ter entrado na sacrosanta e hipócrita profissão de Ser Médico neste país que infelizmente é uma categoria à parte e não se acham dignos de conviver no mesmo espaço com os comuns dos mortais. Contudo, como são estes que lhe dão o estatuto e o dinheiro, lá terá de ser, que maçada!

E este foi mais um relato profundo de um Portugal por dentro da saúde. Uma opinião que muitos partilham e poucos têm coragem de falar. Peço desculpa se feri sensibilidades daqueles que a isto são excepção, que também os há Graças a Deus.

Olhem e vejam e digam lá se não tenho razão?!