sexta-feira, 9 de março de 2007

Uma estória de encantar...


Uma Açucena e o Sol

Era uma vez… uma flor feia e sem graça que ouvia as pessoas lhe chamarem Açucena. Uns passavam e diziam:
- “Que flor tão sem graça, branca como tantas outras e ainda por cima fechada”.
Outros passavam e diziam:
- “ Olha uma açucena! Uma flor branca – símbolo da pureza. Costumam ser bonitas estas flores, mas como está fechada não a podes admirar”.
Tudo isto ouvia a triste Açucena, e nada fazia pois achava-se incapaz de fazer o que quer que fosse por si mesma, precisava de ajuda, mas quem iria ajudar uma vulgar flor branca?
Sem se aperceber, cada dia que passava abria-se menos até que, deixou de se abrir. Sentiu-se tão protegida de todo o medo que tinha do mundo, assim fechada, que não mais se abriu.
Sabia que a sua missão era abrir-se em cada madrugada e encantar e perfumar a vida dos outros, mas não encontrava uma razão para o fazer. Passou a ser um vegetal que apenas sobrevivia, alimentando-se com os nutrientes da terra e fornecendo nitratos ao solo (os seus resíduos).
Até que um dia o Sol reparou naquela flor que não se abria e que fechada em si chorava amargamente. Enviou um raio forte de luz e calor na sua direcção que a levou a abrir-se para ver quem a tinha ajudado.
Ao ver o Sol apaixonou-se logo por ele, não só pelo seu gesto como por sua beleza. A partir desse dia todas as madrugadas se abria feliz para contemplar e se aquecer com o Sol da sua vida, a razão do seu viver.
Foram-se conhecendo melhor e tornaram-se amantes para todo o sempre. De dia ambos se beijavam, sorriam e partilhavam um com o outro o que tinham de melhor. À noite a Açucena ao fechar, parecia guardar em si o Sol da sua vida.
Á medida que o tempo foi passando, perceberam que o mundo à sua volta tinha mudado pois o seu Amor foi contagiante. O Sol ao brilhar mais e a Açucena a encantar e a perfumar, deram mais vida às suas vidas e à vida das outras pessoas.

FIM

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